Quantas células tem o cérebro humano?

16 de agosto de 2009




Uma equipe de neurocientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro devolveu ao cérebro humano ao devido lugar a que esse órgão pertence por direito: à ordem dos primatas, em uma posição sem nada de muito extraordinário do ponto de vista da evolução. Fizeram isso quantificando, por meio de um "dogma" as páginas dos livros sobre o tema. Afinal, quantas células tem o cérebro humano?
O número agora confirmado por experimentos seria algo em torno de 86 bilhões. Portanto, vai pelo ralo aquela história de que somos muito especiais no quesito cérebro quando se leva em conta o tamanho do corpo - nosso cérebro pesa cerca de 1,5 Kg. No ano do bicentenário dos estudos do naturalista inglês Charles Darwin, esses resultados vêm como uma homenagem a um dos pais da teoria da evolução pela seleção natural: somos produto da mesma evolução que atuou sobre outros primatas.

Journal of Comparative Neurology v. 513 2009

Gene do esmalte... do dente!!!


A descoberta de um gene pode fazer com que, no futuro (esperamos bem próximo), os consultórios de dentista sejam locais dos quais a dor tenha esquecido o endereço. Pesquisadores da Universidade do Estado de Óregon (Estados Unidos) conseguiram isolar o gene responsável pelo crescimento do esmalte dentário, aquela camada mais externa, branca e dura dos dentes.
O Ctip2, que é um fator de transcrição (gene que controla a função de outros genes), tem um papel ligado ao sistema de defesa do organismo e ao desenvolvimento da pele e dos nervos.
Agora, foi descoberto que o Ctip2 é crucial na formação, no amadurecimento e no funcionamento adequado dos ameloblastos, as células que produzem o esmalte.
No futuro, dentes podem ser criados em laboratório. Para isso, seria necessário juntar o conhecimento atual sobre células-tronco com o controle do gene Ctip2. Daria também para reforçar a perda dessa camada ou restaurar os locais cariados ou obturados sem a necessidade de obturação.
O experimento foi realizado em camudongos modificados geneticamente para não ter o Cpit2.

PNAS, v. 106, n. 11

Qual o conceito físico de um freio com sistema ABS?


O sistema de freio com ABS baseia-se no conceito físico de atrito estático e atrito cinético. A física mostra que a força estática é maior que a força de atrito cinética. Isso significa que é preciso, por exemplo, aplicar uma força maior para começar a "arrastar uma mesa" do que para mantê-la em movimento.

Isso ocorre porque, antes da mesa começar a se mover, a velocidade entre a superfície de contato (os pés da mesa) e o solo é nula, e a força de atrito entre elas é estática. Quando a mesa começa a se mover, a velocidade entre as superfícies de contato deixa de ser nula e, consequentemente, a força de atrito entre elas passa a ser cinética.

O pneu de um veículo em movimento sobre uma pista gira sem deslizar. Dessa forma, a região do pneu em contato com o solo possui velocidade nula, e a força de atrito entre o pneu e o solo é a estática. Em uma frenagem brusca com com um sistema de freios convencional, o pneu pode ser travado pelo freio e começar a deslizar. Assim, a força de atrito estática entre o pneu e o solo se torna uma força de atrito cinética, fazendo com que o veículo não responda mais a uma tentativa de mudança de trajetória, por exemplo.

O sistema de freio com ABS mede constantemente a velocidade das rodas do veículo durante a frenagem, reduzindo a aplicação do freio na roda que apresentar travamento. Tal ação maximiza a força de frenagem por garantir que a força de atrito entre o pneu e o solo se mantém na condição estática.
Fabricio Pujatti ( Departamento de Engenharia Mecânica, Universidade Federal de Minas Gerais)

Por que os PORÍFEROS são classificados como animais?




Inicialmente, foram consideradas plantas, pois não se compreendia ainda sua anatomia e fisiologia. No final do século 18, importantes naturalistas, como Lineu e Lamarck classificaram as esponjas como zoophyta (animais-plantas) ou pólipos (semelhantes a cnidários). Foi o naturalista inglês Robert Edmond Grant que, em 1836, criou o nome porifera por causa da presença de poros em sua superfície.


A posição do filo foi aceita apenas no início do século 20. A descoberta do fluxo de água através de seus canais inalantes e exalantes tornou claro seu modo de nutrição: filtração de partículas em suspensão na água, caracterizando-se como organismo heterotrófico, ou seja, que não produz seu próprio alimento. Mais recentemente, dados de biologia molecular também confirmaram essa posição do filo porifera.


Entre eles, pode-se citar a presença de genes envolvidos no processo de morfogênese, células de adesão (que promovem a ligação célula-célula e célula-matriz) e colágeno (proteína exclusiva dos animais).




Suzi Meneses Ribeiro ( Museu Nacional, Universidade Federal do Rio Janeiro)


Abril 2008